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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013



LÍNGUA, LINGUAGEM E DISCURSO


  1. Qual a diferença entre língua e linguagem?

 Trazendo a definição de língua e linguagem dentro da  perspectiva Saussuriana, a língua não se confunde com a linguagem, pois a linguagem é constituída de duas partes: a língua que é uma parte essencial da linguagem e a fala tida como secundária. 

Nos livros didáticos de português, a palavra linguagem é muito comum. Muitas pessoas, inclusive alunos do ensino fundamental,  médio e professores, não conseguem fazer uma distinção entre língua e linguagem. O professor de língua materna precisa ter esse conhecimento, já que irá trabalhar com diversos gêneros textuais. A linguagem abrange todos os meios de comunicação. Não raro, ouvimos falar em linguagem humana, linguagem animal, linguagem verbal e linguagem não verbal. Esses dois últimos estão sempre presentes nos livros didáticos de português. Travaglia (2009) propõe três concepções de linguagem:
ü  Linguagem como expressão do pensamento
Nessa concepção, a língua é vista como um código. Nessa perspectiva, quem não se expressa bem não pensa. Essa concepção é errônea, pois a fala é o resultado das ideias que o enunciador formulou. Dentro dessa concepção está fundamentada a gramática normativa.
ü  Linguagem como instrumento de comunicação
Nessa concepção, a língua é vista como um código onde estão presentes o emissor e o receptor. Dentro dessa concepção, estão o estruturalismo, a teoria da comunicação e as funções da linguagem.
ü  Linguagem como forma de interação
Nessa concepção, a língua é tida como interação entre sujeitos. A linguagem se insere num contexto ideológico e sociocultural. Dentro dessa concepção, estão a teoria do discurso, a linguística textual, a semântica argumentativa, análise do discurso e análise da conversação.
Entendemos que língua e linguagem são totalmente diferentes. A linguagem abrange a língua, pois esta é manifestação daquela.
Diante disso, podemos dizer que o discurso está dentro da concepção de linguagem como forma de interação.Visto que,segundo Travaglia (2009), discurso é qualquer atividade produtora de efeitos de sentidos entre interlocutores. Também fazem parte do discurso as condições de produção do discurso que são: o falante, o interlocutor, o contexto da enunciação. O discurso traz o contexto histórico-social e ideológico do falante, pois quando falamos expressamos nossa posição na sociedade. No discurso a língua não é neutra, ela traz uma ideologia. 
Nesse sentido, o reconhecimento da distinção entre língua e linguagem para o trabalho com o texto é fundamental porque a concepção de língua e linguagem que está inserida em um determinado texto está articulada com as formações ideológicas. 


Referências:

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 14. Ed  São Paulo: Cortez, 2009.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Bakhtin


    Mikhail Mikhailovich Bakhtin foi um dos maiores pensadores da linguagem, nasceu em 1895, em Oriol. Estudou  na Universidade de  Odessa, depois de São Petersburgo,de onde saiu diplomado em História e Filosofia, em 1918. Em 1920, instalou-se em Vitebsk, onde ocupou diversos cargos de ensino.Casou-se em 1920. Viveu em uma época em que a Rússia era pós-revolucionária.

   Bakhtin pertencia a um pequeno círculo de intelectuais e de artistas entre os quais se encontravam Marc Chagall e o musicólogo Sollerttinnsk. Também fazia parte deste círculo um jovem professor do conservatório de música de Vitebsk, V.N. Volochínov, e ainda P.N Medviédiev, empregado de uma casa editora. Este círculo,conhecido sob o nome de "círculo de Bakhtin", foi um cadinho de ideias inovadoras, numa época de muita criatividade, particularmente nos domínios da arte e das ciências humanas. Foram desses grupos heterogêneos que saíram importantes trabalhos, nas áreas de literatura, teoria linguística  teologia, psicanálise, filosofia, produzidos muitas vezes em parceria com outros membros dos círculos.